Nossas lutas não cabem em seus guias eleitorais!

Nessas eleições todos falam com muita propriedade sobre a educação municipal, mas poucos  quiseram ouvir o que os professores querem e pensam sobre como deveria estar a educação hoje em debate promovido pelo SIMPERE. Só isso já deveria ser um indício, mas se ainda não é suficiente…

O desmonte do serviço público já está na pauta do congresso nacional, das assembleias legislativas e nas câmaras de vereadores há anos. O discurso da Reforma da Previdência sob a alegação do quão é deficitária e que, os servidores públicos promovem prejuízo ao erário público esteve presente na justificativa de todas as ações dos governos FHC, LULA e DILMA.

Na verdade o que está por trás desta ofensiva é o nível de comprometimento desses governos, do PSDB, PMBD, DEM, PSB e PT com os empreiteiros, banqueiros e o agronegócio, que financiaram suas candidaturas e continuam a financiando.

Sob essa lógica a Educação vira um negócio como outro qualquer e, em tempos de crise econômica, não há misericórdia, o pregão do dia é: VENDE TUDO!

E para não haver contratempo é necessário desmoralizar aqueles que historicamente tem impedindo este desmonte, que tem  impedindo a falência da concepção pública da escola e do ensino. Atacar nossa autonomia pedagógica e criminalizar nossas lutas são um exemplo disso.

Nos guias eleitorais, ao contrário do que vemos, um mundo encantado que não passa à prova da realidade nem do presente nem tampouco do passado.

Se na gestão de Geraldo Julio (PSB) nunca se ouviu falar em Paulo Freire e, entre a rotina do trabalho num banco e um professor na escola não há mais diferenças, em ambos temos que bater metas, preencher planilhas, e nos submeter a uma máquina que contabiliza os dias em atraso em que não registramos a presença e ausência das crianças. O que falar de uma pessoa que no primeiro mês de mandato manda caçar a liminar que garante o cumprimento da Aula Atividade, pois é, Geraldo foi capaz disso.

As propostas do PSDB de Daniel Coelho e o DEM de Priscila Krause, para além de suas propostas estapafúrdias como bolsa-creche e Casa Mãe, afora o histórico desses dois partidos em nível nacional no que se refere o ataque aos direitos dos trabalhadores. Para não esquecer  da MP da reforma do Ensino Médio de Mendoncinha (DEM).

Doze anos de gestão do PT, oito anos de João Paulo e quatro de João da Cota, ambos utilizaram o instrumento de avaliação do estágio probatório como arma poderosa para assediar professores, atestados médicos e participação nas assembleias eram questionados!

Fizemos greves longas em que ao final tivemos 0% e 1% de reajuste na gestão de João Paulo (PT). Se hoje várias lutas estão sendo travadas contra a PLP 257/16, em 2005 sua lógica já foi aplicada aqui pela retirada dos quinquênios e o aumentos do desconto da previdência, uma das maiores do país na época. O Saúde Recife aprovado com o desconto nas duas matrículas e a co-participação e logo depois João da Costa (PT) em sua gestão, cessou as novas adesões ao Saúde Recife.E também se hoje, estamos nos indignando com projeto Escola Sem Partido, que em sua essência é criminalizar professor e o direito a sua livre organização político-sindical, aqui já sentimos sua aplicação quando João Paulo demitiu diretora do Simpere, em estágio probatório, por esta ter denunciado através do dossiê construído pela entidade denunciando escola que funcionava num bar dançante em casa amarela.

O serviço público tem sido duramente atacado ao longo desses anos, seja com medidas que retiram recursos para o seu pleno atendimento a população pobre seja as condições de trabalho a que nele exerce sua função, por isso também não podemos defender qualquer programa que defenda as parcerias público-privado, nem para a saúde tampouco para educação, pois o resultado desta política já sabemos o seu fim, as UPAs e Upinhas não nos deixam mentir!

Afirmamos então que, qual seja a sigla que assuma  a Prefeitura do Recife após o dia 02 de outubro, não poderemos baixar a guarda, muito pelo contrário, teremos que continuar construindo a todo momento nossas trincheiras de luta e resistência, fortalecer a nossa entidade de classe,  para que ela se mantenha sempre independente dos governos, seja ele quem for.

E para barrar as Reformas da Previdência e Trabalhistas, o desmonte do serviço público só será possível com grandes lutas e mobilizações. Rumo a Greve Geral!

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