Essa foi a tônica que permeou toda a Audiência Pública convocada para debater o polêmico Ofício 122/15 da Prefeitura do Recife que desobriga os professores de Educação Física ministrar as aulas, obrigando os professores regentes no Ensino Fundamental 1 a executá-las. O encontro foi realizado na última segunda-feira (14) às 10h no Plenarinho da Câmara de Vereadores do Recife.
Na mesa estavam presentes, além da Vereadora de Isabella de Roldão que convocou a audiência, a professora Eunice Nascimento que é Coordenadora Geral do SIMPERE, a presidente do Conselho de Educação Física PE/AL Nadja Harrop, o presidente do Colégio de Presidentes do CONFEF (Confederação de Educação Física) Cláudio Boschi e Rogério Morais representando a Secretaria de Educação.
Em uma capital como Recife onde apenas 10% das escolas possuem algum espaço para a prática de atividades físicas e, no quadro existem apenas 50 professores especializados, segundo dados do próprio conselho, uma resolução como essa é criminosa. Eunice do SIMPERE afirmou que as professoras e professores não irão cometer nenhum crime contra as crianças e nem contra a própria categoria “Nós sabemos que o prefeito tem a fama de fora da lei, que não respeita as leis, mas é preciso que ele saiba que nós não somos como ele, não vamos agir fora da lei, não vamos cometer o crime de estelionato exercendo uma função a qual não nos preparamos”.
Endossando a posição do SIMPERE, o professor Cláudio Boschi afirma “A professora regente de classe não está capacitada para ministrar as aulas de Educação Física e se for seguido o conteúdo do oficio, as crianças podem sofrer danos irreversíveis em sua formação”, alerta.
Já Nadja Harrop demonstrou preocupação com os professores regentes quando afirmou que “Os professores de referência da turma não podem ser levados a ministrar e avaliar as aulas de Educação Física, pois se assim for estarão no exercício ilegal da profissão.”.
O representante da prefeitura foi intransigente. Mesmo diante de todos os argumentos e elaborações colocadas pelos profissionais competentes, acabou dizendo que não irão revogar o Ofício 122/15 e que também não vai prometer concurso publico para professor de Educação Física. A postura do representante de Geraldo Júlio foi uma grande afronta para a sociedade que compareceu à audiência esperando, no mínimo, uma mediação emergencial para que a polêmica seja esgotada.
A resposta do SIMPERE, do Conselho e dos demais presentes foi de que se a Prefeitura não revogar imediatamente o Oficio, os setores envolvidos irão iniciar um grande processo de luta. Não aceitaremos mais este ataque à qualidade do ensino oferecido aos filhos e filhas da classe trabalhadora que frequentam as creches municipais.
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