Essa é a frase que resume a manifestação que tomou conta da reunião da Secretaria de Educação para apresentar o Modelo Pedagógico para transformar a Escola Professor Nilo Pereira. A apresentação aconteceu na última quarta-feira (14), com a presença de técnicos da prefeitura, professores, alunos, pais de alunos e comunidade. Durante a apresentação, Gilvani Pilé, da Secretaria de Educação, expôs os conceitos, princípios e as mudanças na carga horária dos docentes.
Para Claudia Ribeiro, diretora do Simpere, o modelo apresentado não corresponde às necessidades de uma escola de fato integral: “É terrível o que nos foi apresentado hoje, ele não prevê nada além de aula e mais aula. Será que as crianças irão aguentar o dia todo enfurnadas dentro de uma sala de aula sem praticar nenhuma atividade extra classe? Não foi isso que a Secretaria apresentou aqui hoje!”, disse.
Já o estudante Daniel questionou a estrutura que nem sequer atende as demandas de uma escola em dois turnos. “ A prefeitura quer empurrar de goela abaixo uma escola que não existe! Não temos banheiros nem chuveiros suficientes para atender os estudantes, o refeitório é o próprio pátio, estou cansado de ver colegas comendo no chão, sem falar na qualidade da merenda!”
A comunidade também se contrapôs à forma de modelo de escola integral sugerida pela prefeitura.“Não é isso que queremos para nossos filhos aqui no Nilo Pereira.Queremos uma educação melhor para eles, mas da forma que o sindicato dos professores mostrou em outros exemplos”, desabafou Claudio Ferreira, pai de estudante.
O professor Luiz Sérgio creditou toda essa pressa com olho nas eleições do ano que vem: “ O prefeito Geraldo Julio prometeu em sua última campanha transformar 50% das escolas em integral, como ele não conseguiu até agora atingir sua meta ele quer a todo custo fazer isso visando as eleições a prefeito de 2016”.
A falta de capacidade física para assumir os alunos excedentes foi outra preocupação levantada. As principais perguntas – não respondidas pelos representantes da prefeitura – dizem respeito ao novo modelo que irá comportar todos os alunos, a possibilidade de cortes e qual o processo para seleção.
O Sindicato dos Professores exigiu que a prefeitura não torne integral a escola já em 2016, pois deve haver uma reestruturação física do espaço, além da realização de atividades extra classes, como teatro, música, aulas de educação física, entre outras. Uma nova reunião será remarcada com a comunidade escolar para tratar novamente do assunto.
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