Professoras e professores da rede pública municipal do Recife,
A Secretaria de Educação vem criando muitas confusões para a já difícil realidade em que nossa categoria e toda comunidade escolar se encontram, principalmente por tomar suas decisões repentinamente e sem nenhum diálogo com as outras instâncias que devem participar do “processo democrático”. Surgiu agora esta novidade de formação “remota”, respaldada em um decreto informando que não estamos mais de recesso/férias, como foi o discurso inicial apresentado pela Seduc.
Esta política de imposições e decisões unilaterais devem ser encerradas urgentemente, porque existem o SIMPERE, o Conselho Municipal de Educação, os Conselhos Escolares e a Comissão de Educação na Câmara de Vereadores, embora esta última muitas vezes se alinhe com as ações da PCR. Tais instâncias representativas devem participar ativamente das discussões que se passam pelo município, evitando assim o quadro atual de desinformações, processos autoritários e professoras perdidas sobre como proceder.
Reflexo disso é o fato de que a apresentação do cronograma de formação, que tem um caráter muito mais de “treinamento” do que formativo, brotou na véspera do dia determinado para acesso à plataforma, e com pouca orientação à professorada, considerando que estamos vivendo uma realidade mundial singular em vários aspectos e o universo virtual da EaD ainda é pouco explorado por muitos de nossos pares.
Precisamos também aprofundar o debate acerca da garantia estrutural para que tudo isso ocorra em condições adequadas, sem mais sobrecarga de trabalho, na medida em que os cuidados com os familiares, filhos e higienização da casa é rotina necessária. Problemas com os notebooks, de acesso à rede e com o modem que cada professora custeia 50% não podem aumentar ainda mais a angústia e a ansiedade generalizadas em nossa categoria, já impostas pela quarentena. Nenhuma professora deve ser penalizada, ainda mais por não conseguir atender aos improvisos e aos autoritarismos de Geraldo Julio e Bernardo D’Almeida!
A Prefeitura deve sair da condição de autoritária e de favorecedora de grandes projetos privados. Seu dever é promover melhor elaboração e informação sobre as ações que estão sendo exigidas, trazer para o debate, com as representações legais. E não havendo previsão de retorno da nossa categoria às atividades presenciais, é necessário amplo diálogo acerca de como será nossa rotina de trabalho, assim como está acontecendo no mundo inteiro. Entretanto, não pode ser no improviso, ou em condições que aumentem o nível de estresse dos profissionais para além do que o isolamento e os riscos fatais às nossas vidas estão nos impondo, além de vários outros fatores que poderíamos enumerar.
Também não podemos deixar de ressaltar mais um escândalo da PCR! Esta nova política de EaD, inicialmente, está custando aos cofres públicos alto preço, com mais um contrato via empresas privadas, sem qualquer discussão com as instâncias já mencionadas acima. Foram R$ 3.998.250,00 milhões para a empresa Joy Street S/A.
O SIMPERE está acompanhando também este caso, na busca da superação do momento atual, porque pra nós também está sendo um desafio diferenciado, e sempre estamos buscando meios para nos mantermos firmes na luta com nossa categoria em defesa da educação pública para tod@s.
#ManutençãoDaQuarentena;
#ChegaDeImproviso, os professores e a educação pública não podem ser tratados como cobaias!
#ExigimosFormação, não “treinamento” cujo objetivo é aplicação de projeto privatizante;
#NenhumaPunição para quem não conseguir acessar o cronograma remoto;
#DefendemosAutonomiaPedagógica para a realização das formações.
Direção Colegiada SIMPERE − Gestão Resistência e luta − Filiado à CSP CONLUTAS
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