Professores do Recife mostram para a PCR como se faz a aula-atividade

De acordo com a Lei nº 11.738/08 que estabelece o Piso Salarial Nacional, um tempo da carga horária do professor deve ser reservado para atividades extraclasses

“Esta luta nada mais é do que exigir da Prefeitura do Recife uma educação pública de qualidade”. Foi com esta frase que a diretora de comunicação do SIMPERE, Claudia Ribeiro, finalizou a manhã de protestos pela implantação de 1/3 de aula-atividade nesta quinta-feira (30), na Praça do Diário. Apesar das ameaças da Secretaria de Educação, os professores da rede municipal não se intimidaram e foram às ruas reivindicar pelos seus direitos. O ato público que só teve fim às 18h teve na sua programação oficinas, atividades político-culturais, discussões e o grupo de percussão Alto Tocando, do Alto José do Pinho. A TV Sindical também participou do evento fazendo uma crítica bem humorada sobre a situação precária do ensino na cidade.

A categoria exige que a PCR garanta o tempo de carga horária do professor que deve ser reservado para atividades extraclasses, como pesquisa, planejamento e estudo. O direito é determinado pela lei do Piso Salarial Nacional. A não aplicação desta lei causa problemas não apenas ao trabalho dos professores, mas também ao aprendizado dos alunos.

De acordo com Izabella Cristina, da Escola Diná de Oliveira (RPA 4), é preciso manter a categoria unida nesta luta por melhores condições de ensino e aprendizado. “Se não temos tempo para um planejamento, como iremos oferecer uma aula diferenciada para o aluno? Precisamos disso para aprimorar nosso trabalho. E já estamos dando o primeiro passo para conquistar este direito. Não podemos deixar que a aula-atividade caia no esquecimento, e mobilizações como estas servem para que os candidatos a prefeito fiquem sabendo o que deve ser corrigido”, acrescentou.

Na segunda-feira (27), os professores da rede municipal realizaram em cada escola sua aula-atividade, sem a presença do alunado. A programação contou com apresentação de vídeo sobre tema e debate com os participantes. As unidades de ensino Nadir Colaço, Josué de Castro, Célia Arraes, Novo Mangue e Poeta Joaquim Cardozo, foram algumas das escolas municipais que fizeram valer a aula-atividade. Em setembro a categoria irá se reunir em assembleia para avaliar a mobilização e discutir os próximos passos.

Entenda a aula-atividade:

O professor I que tem 145h/a deve, de acordo com a lei, trabalhar 97h/a em regência e 48h/a fora de sala, portanto este professor vem trabalhando desde 2008, com o total de 145h/a em regência

No caso do professor II, o cálculo da aula-atividade deve ser feito proporcional a sua carga horária, por exemplo, se ele tem um total de 150h/a, 100h/a será para regência e 50h/a para atividades extraclasses.

 

 

 

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