DIA MUNDIAL DO ORGULHO LGBT

 Hoje é dia mundial do orgulho LGBT. A data faz referência à rebelião de Stonewall, ocorrida  no ano de 1969 em Nova Iorque, Estados Unidos. The Stonewall inn era um bar frequentado  por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais numa América onde os “atos  homossexuais” –como eram chamados- eram considerados crime e verdadeiras cenas de  guerra eram protagonizadas pela polícia contra uma população LGBT que via o seu amor ser  criminalizado e seus direitos cerceados.
 No dia 28 de junho de 1969 iniciou-se uma insurreição dos LGBTs contra as prisões, tortura  e perseguição e as ruas de Greenwich Village, bairro de Nova Iorque, foram tomadas por  barricadas e muita resistência contra a truculência policial. A rebelião iniciada naquela  madrugada foi precursora das paradas do orgulho LGBT e entrou para história como um  marco da luta contra a homofobia, lesbofobia e transfobia.

Passados 47 anos da Revolta de Stonewall, as ruas das grandes cidades ainda são palco de violência e tortura para a população LGBT. A sociedade assistiu horrorizada ao massacre ocorrido em Orlando no último 12 de Junho, onde 49 LGBTs foram mortos na boate Pulse por homofobia. Infelizmente, o caso de Orlando não é isolado e faz parte de uma lógica de violência homofóbica que faz suas vítimas todos os dias.
Os governos insistem em ignorar a necessidade de tomar medidas eficazes contra a cultura da violência LGBTfóbica na sociedade; e são, portanto, responsáveis pela perpetuação da discriminação. O Ministério das Relações Exteriores do governo Temer (PMDB) relacionou o episódio ocorrido em Orlando como “terrorismo”, na tentativa de apagar o caráter homofóbico da tragédia e a identidade das vítimas. Essa postura não surpreende, é mais um episódio grave de discriminação que se soma ao lamentável quadro de práticas preconceituosas que tomam conta do cenário político brasileiro. Bolsonaros, Felicianos e Malafaias chegaram ao absurdo de afirmar que os LGBTs estavam usando a tragédia para se “promover”. Um absurdo!
Não podemos esquecer que o Governo Dilma (PT) governou por todos estes anos de mãos dadas com a bancada fundamentalista e religiosa do Congresso Nacional “em nome da governabilidade”. Barrou a utilização do kit anti-homofobia nas escolas e não esteve à frente da aprovação do projeto de lei que criminalizaria a homofobia. Do PT, PMDB, PSB ao PSDB é preciso lutar contra os governos que não encaram o debate de gênero e sexualidade como prioridade!
A realidade do Recife não é diferente: semana a semana a população assiste a casos de discriminação e violência nos telejornais. São poucos os fóruns de debate sobre este tema na sociedade, e os governos não estão interessados em promover esta discussão. Precisamos ampliar o debate dentro de sala de aula sobre o respeito e o combate às opressões. Infelizmente, não é isso que quer a bancada evangélica da Câmara de Vereadores: em maio do corrente ano apresentaram um Projeto de Lei que promove uma “caça” aos livros que debatem gênero e sexualidade. Na prática, impõe uma censura aos professores e representa um enorme retrocesso na luta da população LGBT.
O SIMPERE está nas ruas na defesa da população LGBT, contra a proibição do debate de gênero e sexualidade nas escolas e contra a violência homofóbica que vem tomando a nossa sociedade. Nossa luta é todos os dias contra o machismo, racismo e homofobia!

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