Aconteceu na manhã da última quarta-feira (21) o debate sobre o reajuste do Piso Salarial dos professores, no auditório GII da UNICAP. O tema foi discutido durante assembleia da categoria promovida pelo SIMPERE. Para a discussão foram convidados Antônio Radial da CSP-CONLUTAS e Marta Vanelli, da CNTE.
Durante sua explanação, Marta Vanelli ressaltou que no próximo ano o índice do Custo Aluno ficará dois pontos a menos que o do INPC, devido a uma redução nos números de matriculados. Ela justificou a necessidade da mudança do índice de reajuste: “Comparados aos salários dos servidores que possuem a mesma formação acadêmica que a nossa, nossas remunerações são em média 35% menores, por isso o INPC só não dá, seja num período de vacas gordas ou magras, como teremos agora com a crise mundial”, afirmou.
Já Antônio Radical discordou, colocando que todos os anos o índice custo aluno foi maior que o INPC. Sobre a polêmica levantada pela representante da CNTE, de que a CSP-CONLUTAS nunca apoiou o Piso Salarial, Radical rebateu dizendo “que de fato não apoiavam esse piso porque ele foi uma traição à proposta original do movimento, pois desde 1982 era um piso com o salário do DIEESE para uma carga horária de 20h”. E conclui enfatizando: “Na verdade, a CNTE traiu o movimento quando assinou esse piso no governo Lula e comete o mesmo erro propondo o rebaixamento do índice de reajuste do custo aluno para o INPC mais 50% do FUNDEB”.
Outro ponto polêmico levantado durante o debate foram as ações da CNTE desenvolvidas para um melhor aproveitamento do novo índice de reajuste. Marta colocou que infelizmente toda movimentação feita na câmara não atingiu o desejado, pois os sindicatos não pressionaram os deputados dos seus estados. Para Antônio, essa movimentação da CNTE é um erro, uma vez que o TSF negou a ADIN 4848 dos governadores, não deveríamos estar tentando convencer os deputados a votarem em uma proposta como essa, porque judicialmente já está garantido o reajuste do ano que vem pelo índice do Custo Aluno. O representante da CSP-CONLUTAS ainda fez um paralelo entre a proposta da CNTE com a proposta do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de Acordo Coletivo Especial, pois ambos são organizações da classe trabalhadora e propõem mudanças que retiram direitos dos trabalhadores, uma verdadeira inversão de valores aplaudida pelos patrões.
Também esteve presente na assembleia a ativista da Síria, Sara Al Sure, que fez uma saudação aos presentes e lembrou o verdadeiro estopim da Revolução Síria: a tortura de uma professora e de seus alunos que escreveram na parede da escola “Abaixo o Regime Bashar Al Assad”. Ao final, Sara convidou os professores para participarem do debate sobre a Síria, no auditório dos Bancários.
Para fechar, a Assembleia aprovou o Dezembro de Lutas, no qual a proposta é realizar uma plenária de delegados para analisar o processo de transição na prefeitura, além de uma assembleia com caráter de ato em frente à prefeitura para cobrar da equipe de transição do governo o compromisso de manter os acordos fechados durante a última campanha salarial da categoria. E a 12° assembleia será realizada na terceira semana de dezembro para preparar as lutas para o ano de 2013.
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