Homenagens e temas que fazem parte da luta feminista marcam o II Encontro de Mulheres

Um dos objetivos do evento foi construir uma pauta das mulheres da categoria que deve dar continuidade à luta

O II Encontro de Mulheres do SIMPERE, realizado nos dias 9 e 10 de dezembro, no auditório G2 da Unicap, teve como principal tarefa fortalecer a luta contra toda forma de opressão. Professoras da rede municipal de ensino do Recife tiveram a oportunidade de discutir e refletir sobre as diversas faces do machismo, racismo e LGBTfobia na sociedade, além de juntas construírem uma pauta feminista e classista para dar continuidade às lutas.

O evento foi marcado por debates, grupos de discussão, apresentações culturais e homenagens. Neste ano o Encontro homenageou 4 mulheres como forma de dar visibilidade ao protagonismo da mulher nos vários campos profissionais e da luta social. Foram elas: Inaldete Pinheiro, Teresa França, Maria Carolina de Jesus e Sandra Lúcia Fernandes. Seu filho, Icauã Rodrigues, também foi homenageado.

Abertura

Uma apresentação cultural com o grupo de teatro de rua IFHARADA D’ARTE NEGRA abriu o primeiro dia do Encontro de Mulheres. Logo após, na mesa de abertura, entidades sindicais presentes no evento saudaram as participantes. E para dar início aos debates, se discutiu “Os Planos Municipais de Educação e a discussão de gênero, raça, sexualidade e LGBTfobia”, com as palestrantes Silvia Ferrado/MML Nacional, Nise Santos/QRC Nacional e Dr. Maxwell Lucena/MPPE.

Segundo dia com homenagens e grupos de discussão

O segundo dia do evento começou com uma apresentação das homenageadas, feita por Elizama Messias, da Secretaria de Mulheres e de Combate às Opressões do SIMPERE. As participantes puderam saber um pouco mais sobre a história, trabalho e influência de cada uma delas na luta das mulheres.

Logo após a plenária foi dividida em grupos de discussão. Os nomes dos grupos levavam os nomes das homenageadas e discutiram sobre Saúde e Condições de Trabalho em Educação, Mulher Negra e Racismo na Escola, Violência e Assédio Moral na Educação e Sexualidade e LGBTfobia na Escola. Desses GDs foi construída uma pauta feminista e classista para fortalecer a luta das mulheres na sociedade e na educação. Em breve disponibilizaremos o documento.

Mesa Redonda sobre Violência Contra a Mulher: lutas, conceitos e experiências

À tarde o debate foi ministrado pelas palestrantes Conceição Cintra/TJPE, Ana Cristina Oliveira/MML-PE e Silvia Ferraro/MML-Nacional. Conceição iniciou a mesa rondada apresentando os números da violência contra a mulher em Pernambuco. De acordo com o Mapa da Violência (2015), entre 2003 e 2013, o número de vítimas de homicídio de mulheres no Brasil passou de 3.937 para 4.762, com um incremento de 21,0% na década, com as mulheres negras representando 81% dos óbitos. A assistente social do TJPE chamou atenção também para o aumento da violência contra a mulher no interior do Estado de Pernambuco.

Ana Cristina deu continuidade à discussão ressaltando a necessidade de fortalecer cada vez mais a luta das mulheres trabalhadoras oprimidas pelo sistema capitalista e machista. De acordo com a palestrante, a mulher deve fazer um movimento contra hegemônico e não aceitar nenhuma forma de discriminação, opressão e dominação, exigindo o seu direito à felicidade, a uma vida plena e livre. Salientou também a importância do papel do professor nessa conscientização tanto dentro como fora de sala de aula.

Silvia Ferraro falou sobre as agressões físicas sofridas pelas mulheres e criticou a inércia dos governantes do país diante da epidemia que é essa violência. Silvia apresentou dados espantosos, onde a maioria das agressões é praticada por familiares, mostrando que a mulher não está segura nem na sua própria casa. Depois foi aberto um espaço à plenária que manifestou opiniões, dividiu experiências e tirou dúvidas.

Para finalizar, foi feita uma linda homenagem à companheira Sandra Fernandes e seu filho Icauã Rodrigues com uma apresentação cultural que contou com a participação de Rebeca Gondim, da poetisa e educadora Aninha Barbosa e seu companheiro Valdemagno Torres no violão.

 

 

 

 

 

 

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