Leia o pronunciamento do presidente da CNTE na abertura da Conae 2024

HELENOCONAEDIA124A abertura oficial da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024 aconteceu na noite deste  domingo, 28 de janeiro, às 19h,  no Centro Comunitário Athos Bulcão, na Universidade de Brasília (UnB).

A cerimônia contou com cerca de 2,5 mil pessoas, incluindo sociedade civil, representantes de vários segmentos educacionais e setores sociais, além de entidades que atuam na educação e em órgãos do poder público.  Leia o pronunciamento do coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE) e presidente da CNTE, Heleno Araújo, na abertura do evento: 

Boa noite.

Quero iniciar dando boas-vindas às delegadas e delegados, observadoras e observadores, convidadas e convidados desta Conferência.

Saudar as autoridades presentes, cumprimentando os ministros Camilo Santana e Márcio Macedo, a magnífica Reitora desta Universidade professora Marcia Moura, a prefeita Margarida Salomão, a Presidenta da Internacional da Educação Susan Hopgood, o Secretário Geral da Internacional da Educação David Edwards, o Vice-presidente do Sindicato Democrata dos Professores da África do Sul Mugwena Maluleke.

Cumprimentar e agradecer as companheiras e os companheiros que compõem o Fórum Nacional de Educação pelo imenso e intenso trabalho realizado.

Felicitar os Fóruns Municipais, Estaduais e Distrital de Educação pela mobilização para esta Conferência.

Após seis anos de brusca interrupção de um processo democrático e participativo, resistimos e chegamos até aqui. A Portaria 577, do Ministério da Educação, de 27 de abril de 2017, atacou a ampla participação social e popular, excluindo do Fórum Nacional de Educação sete importantes entidades representativas do campo educacional brasileiro, e condicionando outras tantas participações à decisão discricionária do Ministro. Contra essa ofensiva respondemos criando o Fórum Nacional Popular de Educação e realizando as conferências populares de educação em 2018, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, e em 2022, Natal, Rio Grande do Norte, mantendo o processo de mobilização em defesa da educação pública e pela regulamentação da educação privada. 

Com a eleição do presidente Lula em 2022 e o resgate da democracia no país, o FNE foi recomposto, voltando a sua forma original, com a Portaria 478, de 17 de março de 2023, assinada pelo Ministro Camilo Santana. O Fórum Nacional de Educação, organizado de forma ampla e participativa, conta na atualidade com 64 entidades, sendo 50 titulares e 14 suplentes. O FNE recomposto assumiu junto com o Ministério da Educação o compromisso de realizar a edição extraordinária da Conferência Nacional de Educação em 2024.

Porque como destacou o Presidente Lula no terceiro Interconselhos:

“Um governo não sabe de tudo e não se faz sozinho. Por isso, a importância do olhar da sociedade para pautar, cobrar e fiscalizar. São as pessoas, afinal, que sabem das suas necessidades. E não há nada mais justo do que ajudarem na definição das prioridades e indicarem a direção que as políticas públicas devem seguir. Por isso, temos uma política nacional de participação social.”          

É com esse espírito que esta Conferência mobilizou todo o Brasil, o vídeo que assistimos há pouco nos mostrou isso. Contudo, trago ainda outras informações que corroboram nesse sentido, refiro-me a alguns números expressivos deste grande movimento social e popular: foram mais de 1.300 conferências realizadas em todo o país, envolvendo mais de 4.300 Municípios, todos os 26 Estados e o Distrito Federal, contando com a participação de milhares de pessoas. 

O documento referência, aprovado por consenso no Pleno do Fórum Nacional de Educação e amplamente discutido nas etapas preparatórias para esta Conferência, recebeu 8.651 emendas que serão apreciadas nas Plenárias de Eixos e na Plenária Final desta etapa nacional. No próximo dia 30 de janeiro teremos cumprido nossa tarefa ao aprovarmos o documento final desta CONAE. Desse consistente debate resultarão propostas sólidas e consequentes de políticas educacionais, subscritas pelos segmentos e setores que atuam na educação básica, profissional e superior, pública e privada de todo o país, que deverão fundamentar o novo Plano Nacional de Educação para os próximos dez anos. Um plano que reflita as nossas condições sociais, históricas e culturais e que ofereça meios e instrumentos viáveis para a efetivação do pleno direito à educação para todas as pessoas que vivem neste país. Pois, como nos ensinou Paulo Freire:

“NÃO HÁ AMANHÃ SEM PROJETO, SEM SONHO, SEM UTOPIA, SEM ESPERANÇA, SEM O TRABALHO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE POSSIBILIDADES QUE VIABILIZEM A SUA CONCRETIZAÇÃO”

VIVA A CONAE!

VIVA A PARTICIPAÇÃO POPULAR! 

Heleno Araújo, presidente da CNTE e coordenador do FNE

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