NOTA DE PESAR E INDIGNAÇÃO
SIMPERE exige justiça por Alícia Valentina e denuncia a violência de gênero e raça nas escolas
O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (SIMPERE) manifesta profundo pesar pela morte da estudante Alícia Valentina, de 11 anos, após ser brutalmente agredida por colegas dentro da Escola Municipal Tia Zita, em Belém do São Francisco (PE). O espancamento, ocorrido no dia 3 de setembro, resultou em traumatismo craniano e, dias depois, na morte da menina.
Não podemos aceitar que uma criança seja vítima de tamanha violência dentro da escola, espaço que deveria ser de proteção, convivência e aprendizagem. O caso de Alícia revela a face cruel da cultura do ódio, racismo e misoginia que atinge, em especial, meninas e mulheres, e que se reproduz também no ambiente escolar. Segundo o Boletim Técnico de Violência nas Escolas (MDH/MEC, 2023), a maioria das vítimas de violência nas unidades de ensino no Brasil são meninas, alvo constante de agressões físicas e psicológicas.
O Estado foi incapaz de proteger uma jovem que após ser vitima de um espancamento, teve assistência à saúde negada por diversas e morreu pelas mãos da violência e da negligência, que mais uma vez atinge um corpo negro. É ultrajante e revoltante!
Exigimos das autoridades a apuração rigorosa do caso e justiça para Alícia. É urgente enfrentar as causas estruturais dessa violência: a disseminação de discursos de ódio, o machismo, o bullying, as discriminações e o descaso do poder público com políticas de prevenção e proteção no ambiente escolar.
O SIMPERE se solidariza com a família de Alícia, com a comunidade escolar da Escola Tia Zita e com todas as meninas e mulheres que diariamente enfrentam situações de violência. Transformar a escola em um espaço seguro, democrático e livre de opressões é tarefa coletiva, e seguimos firmes nessa luta.
Por Alícia, por nossas crianças e pela vida, exigimos justiça!
SIMPERE — Forte, Plural e de Luta
Filiado à CNTE e à CUT
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