Foi muito amor reprimido e um grito contido, mas eis que chegou o momento do povo ir às ruas e cobrar com juros

O povo brasileiro cansou. O desejo de um país melhor tornou o mês de junho de 2013 histórico. Protestos eclodiram em todo o Brasil

Quem nunca escutou a famosa música “Apesar de Você” do cantor e compositor Chico Buarque? “Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros. Juro!” é um dos trechos da canção que foi lançada em 1970 durante o governo do general Médici. Na época, Chico, o artista mais odiado pelo governo militar, manifestava seu descontentamento com a situação do país e, principalmente, contra a ditadura imposta. Agora o ano é 2013, os brasileiros voltaram novamente às ruas para lutar contra a corrupção e contra as injustiças pelas quais a nação passa. A onda de protestos que tomou conta do país teve início no dia 10 de junho com o ato chamado pelo Movimento Passe Livre de São Paulo.

Em Pernambuco não foi diferente. O primeiro ato foi realizado no dia 20 de junho e levou mais de 100 mil pessoas às ruas. Essa primeira manifestação foi atípica. Como uma peça de marketing orquestrada pelo Governador Eduardo Campos (PSB), a polícia usava no braço uma faixa com a palavra PAZ e distribuía flores aos manifestantes. Mas no dia 26, o segundo ato, a máscara de Eduardo veio ao chão. Cerca de 5 mil manifestantes saíram da Praça do Derby até o Centro de Convenções – sede provisória do Estado – para entregar a pauta de reivindicações.  Nesta tentativa o grupo de manifestações foi duramente reprimido pela polícia de Eduardo, com direito aos Pracinhas, Cavalaria, Tropa de Choque e até a Rádio Patrulha, além dos infiltrados. Diferente do primeiro ato, Eduardo Campos mandou bala de borracha, spray de pimenta e bomba de efeito moral para dispersar os manifestantes que apenas queriam entregar suas reivindicações.

Nesse momento histórico vivido pelo Brasil, quando cidades inteiras levantaram e colocaram a cara nas ruas para protestar, entre as reivindicações não poderia faltar uma das coisas mais essenciais para a população: Educação Pública e de Qualidade. E o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife – SIMPERE – estava lá, junto com sua categoria, para lutar por mais investimento na educação, melhores condições de trabalho e salário digno para professores e professoras.

Ninguém sabe o final desta onda de protesto que trouxe à tona várias insatisfações da população. Mas é certo que a classe trabalhadora está organizada neste momento para levar às ruas suas reivindicações. Até o fechamento desta edição aconteciam vários protestos espalhados pelo país diariamente. Entre as atividades agendadas para os próximos dias, as centrais sindicais, entre elas a CSP-CONLUTAS, irão realizar uma paralisação geral no dia 11 de julho. A luta segue.

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